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domingo, junho 17, 2007

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Últimas Notícias - 15/6/2007

Pesquisa exclusiva IMPRENSA/MaxPress/Aberje: A pressão nossa de cada dia

Por Pedro Venceslau/Redação Revista IMPRENSA



A rigor, o Estado brasileiro é democrático e assegura a liberdade de expressão aos seus cidadãos e respectivas associações. Na rotina das reações, entretanto, os censores estão presentes de diferentes formas e nem sempre são identificáveis a olho nu. A ampla maioria dos jornalistas ouvidos pela pesquisa IMPRENSA/MaxPress/Aberje – 86% - revelou que já sofreu pelo menos dois tipos diferentes de pressão

A modalidade mais citada de ingerência é manifestada na forma de pedidos de não publicação ou divulgação de matéria. No ranking da pressão sobre a imprensa, a ameaça de processo jurídico ocupa a segunda colocação, seguida de manipulação de dados, ameaça física, ameaça de demissão e demissão efetiva. “Esses dados batem com a minha pesquisa, que mostra que a maioria dos jornalistas já foi pressionada em algum momento a publicar, não publicar ou maquiar dados”, diz Roberto Heloani, psicólogo e professor da UNICAMP e da FGV, que desenvolveu o a tese de pós-doutorado Mudanças no mundo do trabalho e impacto na qualidade de vida do jornalismo.

“Isso reflete uma sociedade autoritária. A sociedade brasileira é baseada no arbítrio por parte de quem detém o poder social, econômico e político. Numa sociedade como essa, só restam ao jornalista três saídas: deixar de ser jornalista, se curvar ou agonia de ser processado, perder seus bens ou perder a vida. Não há como o jornalista não ferir interesses”, pondera Roberto Romano, professor de ética e filosofia da UNICAMP. “Ao qualificar esses dados, a gente vê que o campo da comunicação é atravessado por uma ação política cada vez mais patente. A comunicação é um campo de luta política”, afirma Jorge Cláudio Ribeiro, autor de Sempre Alerta: condições e contradições no trabalho jornalístico.

Entenda a pesquisa

A pesquisa foi realizada pela Franceschini Análises de Mercado, empresa localizada em São Paulo atuando em todo o território nacional há mais de 15 anos, especializada em estudos sobre comunicação e mídias.

O método empregado foi quantitativo, com amostra aleatória, sorteando-se os jornalistas que atuam como repórteres, editores e chefias através de pulo sistemático no cadastro da Maxpress, que é considerado o mais completo data-base destes profissionais em atuação no Brasil.

Foram realizadas 400 entrevistas em todo o Brasil propiciando uma margem de erro de 5% (para mais ou menos) para os resultados totais. As entrevistas foram realizadas por telefone entre os dias 19 a 21 de março junto a jornalistas de todo o Brasil.

A coleta de dados foi realizada por uma equipe composta por doze entrevistadores e um supervisor direto. Os trabalhos de campo foram coordenados por um gerente de campo e por um gerente de projeto. O intervalo de confiança utilizada na pesquisa foi de 95,5%, o que significa que, caso fossem realizadas pesquisas com 100 amostras com o mesmo rigor técnico, em 95,5% delas o padrão de respostas seria o mesmo.

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