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terça-feira, junho 19, 2007

Fronteiras do Pensamento. Sintese da coletiva de imprensa.

Coletiva de imprensa

Jon Elster e Roberto Romano analisam desafios do sistema democrático

Democracia x corrupção

Vencer a corrupção é um dos principais desafios do sistema democrático. O tema foi abordado pelo cientista político e social norueguês Jon Elster e pelo filósofo brasileiro, Roberto Romano, na coletiva de imprensa que precedeu a conferência dos dois na terça-feira, 12 de junho, no ciclo Fronteiras do Pensamento.

Para Elster, o sistema ideal é a democracia sem corrupção, mas se não for possível, o segundo melhor é a democracia com corrupção exposta nos jornais. O pior é a democracia com corrupção que não é mostrada pela imprensa.

“Parece uma obviedade, mas nem todos cientistas políticos acreditaram nisso. Alguns defenderam que a corrupção é o lubrificante da democracia, mas a história mostrou que estavam equivocados. A corrupção é a ferrugem da democracia”, disse Elster.

Roberto Romano abordou a exposição desse mal da sociedade, analisando o uso político que é feito por quem está na oposição. Ele entende que, se a denúncia só serve para desestabilizar o governo e fazer com que o outro grupo chegue ao poder, a democracia fica mais enfraquecida do que fortalecida”.

Ele lembrou o exemplo da direita da UDN de Carlos Lacerda na época de Getúlio Vargas e o posterior golpe de 1964, que era contra a corrupção e a subversão – “a corrupção eles não conseguiram vencer”, observa Romano.

Também citou o caso recente do PT, que assumiu a bandeira do combate à corrupção, a ponto de se dizer “puro”, enquanto os outros são “farinha do mesmo saco”. Ou seja, “esse mecanismo do discurso de combate à corrupção foi usado como estratégia eleitoral para o partido chegar ao poder. Depois que assumiu, nem preciso dizer o que aconteceu”, comenta Romano, que classificou essa prática de “estreita” e como um “desserviço para a democracia”.

Por Guilherme Kolling

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